Eficiência anti-helmíntica em ovinos no alto sertão da Paraíba

Abstract

A ovinocultura é uma importante atividade socioeconômica, com destaque para a agricultura familiar no nordeste brasileiro. Dentre os problemas sanitários, as helmintoses gastrintestinais que afetam os animais jovens e adultos, acarretam grande parte das perdas observadas em criações de ovinos. Buscou-se avaliar a eficácia de diferentes anti-helmínticos sobre nematódeos gastrintestinais de ovinos no Alto Sertão da Paraíba. O teste de resistência parasitária foi conduzido em duas unidades de produção (P1 e P2) de ovinos mestiços Dorper e Santa Inês, localizadas na microrregião de Sousa. Foram usados ovinos de ambos os sexos, entre jovens (entre 10 e 14 meses) e adultos (mais de 18 meses), e distribuídos em cinco grupos, sendo grupo controle (G1) e quatro grupos tratados com Ivermectina a 0,08% (G2), Doramectina a 1% (G3), Albendazol a 10% (G4) e Cloridrato Levamisole a 5% (G5). Na P1 cada grupo foi formado por três animais jovens e três animais adultos, e na P2, por três animais adultos e dois jovens. As fezes foram coletadas na avaliação pré-tratamento (dia zero) e pós-tratamento (7º, 14º e 21º dia). Na P1, o medicamento que apresentou maior eficácia foi o Cloridrato de Levamisole 5%, enquanto os outros avaliados mostraram-se insuficientemente ativos. Na P2, o Albendazol 10% e Cloridrato de Levamisole 5% apresentaram os maiores percentuais de eficácia em todos os dias (D7, D14 e D21), e para os dias D7 e D14, a Ivermectina 0,08% e a Doramectina 1%, mostraram-se efetivos, com redução entre 90% e 98%. Os resultados obtidos com a cultura de larvas demonstraram que 100% das infecções helmínticas dos ovinos, em ambas as propriedades, eram causadas por helmintos da superfamília Trichostrongyloidea, sendo Haemonchus spp. o mais prevalente (75.9%). A existência de cepas resistentes à maioria dos princípios avaliados na P1 revela que a resistência anti-helmíntica, mesmo com as muitas pesquisas já desenvolvidas, ainda é um sério problema nos rebanhos ovinos do Alto Sertão paraibano, sendo essencial a produção de novos conhecimentos e desenvolvimento de campanhas de conscientização dos produtores de ovinos quanto ao uso e tempo de administração de anti-helmínticos adequados.