Políticas pela diversidade e gestão das diferenças? A inlcusão de pessoas LGBTQIAPN+ nas organizações
Ferreira Neto, Eduardo Vicente
Resumo
Esta pesquisa objetivou averiguar as perspectivas de inclusão de pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queers, Intersexos, Assexuais, Pansexuais, Não-binárias e demais identidades sexuais e de gênero (LGBTQIAPN+) nas organizações brasileiras. Trata-se de uma pesquisa teórica, de abordagem qualitativa, tipificada como revisão bibliográfica. Os procedimentos de busca/recuperação de fontes utilizaram de dois conjuntos de descritores específicos, junto à Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), para selecionar Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado em Administração no Brasil, de 2012 a 2022, sobre o objeto delineado. As fontes selecionadas correspondem a sete (7) pesquisas de mestrado, realizadas no setor privado, e duas (2) desenvolvidas no setor público, uma proporção bem assimétrica, não havendo estudos em Administração sobre o tema em entidades do Terceiro Setor. Como resultado, de modo geral, as produções acadêmicas exploram as medidas adotadas para o fomento da inclusão nas organizações, a convergência e/ou divergências entre o discurso prático e as políticas de diversidade efetivamente implementadas, a trajetória de colaboradores concernente às dificuldades enfrentadas ao longo de seus percursos profissionais, diante de sua identidade sexual e/ou de gênero. Há também a recorrência ao combate à LGBTQIAPN+fobia, ora como iniciativa interna das organizações, ora como denúncia dos sujeitos que se sentem desprotegidos no trabalho, muitas vezes, vítimas de “preconceito recreativo” e outras formas e violência, realidade despercebida/omissa por gerências organizacionais de bases patriarcais. Também se destaca medidas que tiveram resultados significativos para a gestão da diversidade, o papel dos cargos de liderança na implementação e fortalecimento das políticas internas, e o retorno social e financeiro das organizações, dentre outros aspectos. Diante dos resultados, pode-se pensar que ainda há um longo caminho para a “gestão das diferenças” como “cultura da diversidade” nas organizações brasileiras, com políticas de ações afirmativas efetivas, com justiça social e respeito aos direitos humanos. Como reflexo da sociedade, as empresas têm papel crucial no fortalecimento dessas diretrizes, tornando-se “células” da diversidade, em função da dignidade humana.
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