ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DOS RESERVATÓRIOS SUPERFICIAIS E DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PICUÍ

FARIAS, THIAGO DA SILVA

Resumo

As terras secas são regiões que têm como a principal característica o quadro de escassez hídrica na formação e dinâmica de suas paisagens. O Semiárido brasileiro (SAB) constitui-se como uma das maiores regiões semiáridas do planeta e uma das mais povoadas, no qual historicamente foram criadas diversas políticas públicas com o enfoque voltado para a questão hídrica e as secas, fenômeno característico e recorrente na região. É no SAB que está localizada a Bacia Hidrográfica do Rio Picuí (BHRP), onde residem pouco mais de 20 mil habitantes, em uma das zonas mais secas do Brasil, devido as configurações climáticas e geológicas. É diante desse contexto, que inúmeras obras hídricas, principalmente a construção de açudes, possibilitando a captação e estocagem de água na região. Desse modo, o objetivo deste estudo foi realizar uma análise espaço-temporal a respeito da construção de obras hídricas, em especial dos açudes, ao longo da bacia hidrográfica do rio Picuí, com o intuito de investigar os impactos desses mananciais na captação e disponibilidade dos recursos hídricos na região. A metodologia empregada neste trabalho foi a Análise Espacial, pautada na abordagem Interdisciplinar. Para isso, foram utilizados dados secundários da Agência Executiva de Gestão de Águas, referentes aos aspectos que compõem o quadro natural e dos recursos hídricos. Os dados acerca dos reservatórios de pequeno e médio porte foram identificados e vetorizados por meio das imagens de satélites disponibilizadas gratuitamente pelo software Google Earth Pro, segundo a metodologia desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Água e Território. Por fim, foram realizadas visitas in loco para a obtenção de registro fotográficos que auxiliaram na discussão. Os resultados deste estudo apontam que foram identificados e vetorizados um total de 331 corpos hídricos ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio Picuí para o ano de 2002. Já para o ano de 2022, foram identificados 950 corpos hídricos ao longo de todo o território da BHRP. No intervalo de 20 anos, a quantidade de reservatórios na região quase triplicou, alcançando um crescimento percentual de 187%, sendo predominante os de pequeno e médio porte. Os resultados destacam a evolução no quantitativo dos recursos hídricos superficiais, sendo estes provenientes de duas principais questões: como consequência da atuação de políticas públicas de convivência com o semiárido ou relacionado à variabilidade climática, especialmente no aspecto da pluviosidade na região, onde o poder público buscou alternativas para proporcionar o acesso à água para a população local.

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