Variabilidade da frequência cardíaca em coelhos na microrregião de Sousa-PB

Abstract

A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) descreve as oscilações dos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos, que estão relacionadas às influências do sistema nervoso autonômo sobre o nódulo sinusal. A utilização de métodos de análise de variabilidade de sinais cardiovasculares no domínio do tempo (método estatístico) e no domínio da frequência (análise espectral) tem possibilitado grandes avanços no entendimento e na avaliação da função autonômica. Os coelhos são utilizados como modelos experimentais para fins científicos em humanos, pelo fato de haver similaridades entre o coração humano e o dessa espécie, em relação à força e frequência miocárdicas e processos de acoplamento excitação-contração. Objetivou-se determinar a variabilidade da frequência cardíaca de coelhos da microrregião de Sousa-PB nos turnos manhã e noite. Foram utilizados seis coelhos adultos, sendo três machos e três fêmeas, foram identificados de I a VI, onde os machos de I a III, e fêmeas de IV a VI. Os mesmos foram mantidos, durante o período experimental, em regime intensivo, sob luminosidade natural, alimentados de rações comerciais peletizadas, capim elefante, e água à vontade. Foram acondicionados em gaiolas específicas para a espécie. Todos os animais foram submetidos ao exame físico geral, realizados antes do início da coleta dos dados eletrocardiográficos. Os animais foram submetidos a um período de adaptação e condicionamento, após esse período foram determinados os dados eletrocardiográficos, utilizando sistema de aquisição de dados de monitoração multimodal de biosinais Powerlab PL3508 (AD Instrument) para determinação da variabilidade da frequência cardíaca através da análise de cada registro eletrocardiográfico realizado nos turnos da manhã (seis horas), e a noite (dezoito horas), comparando os resultados. Não foram observadas no exame físico geral e eletrocardiograma quaisquer alterações no estado de saúde dos animais, todos encontravam-se hígidos. Os dados dos coelhos I, II e VI sugeriram uma boa adaptação e adequada modulação do sistema nervoso autônomo sobre o nodo sinusal, apresentando redução no Average Rate (Média dos batimentos consecutivos), e aumento na Average RR (média dos intervalos RR consecutivos) a noite, comparado com os resultados da manhã. Na análise do domínio da frequência eles apresentaram aumento do componente de alta frequência (nAF) a noite caracterizando aumento do tônus vagal. O estudo da variabilidade da frequência cardíaca de coelhos na microrregião de Sousa-PB demonstrou que houve uma diminuição na frequência cardíaca a noite em relação aos dados obtidos pela manhã, sugerindo a modulação do sistema nervoso parassimpático sobre o nodo sinusal, relacionado com a atividade noturna da espécie.