Avaliação da variabilidade da frequência cardíaca de ovinos santa inês e a relação entre as variáveis climáticas no semiárido paraibano
NOGUEIRA, Melissa Regina Lopes
Resumo
A Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) descreve as oscilações dos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos, que estão relacionadas às influências do Sistema Nervoso Autonômico sobre o nódulo sinusal. Mudanças nos padrões da Variabilidade da frequência cardíaca fornecem um indicador sensível e antecipado de comprometimentos na saúde animal. O trabalho teve como objetivo avaliar a variabilidade da frequência cardíaca de ovinos criados no Alto Sertão Paraibano relacionando com as variáveis climáticas de temperatura e umidade. Foram utilizados doze ovinos mestiços, hígidos, sendo seis machos e seis fêmeas com peso vivo médio de 18-20 kg e idade de sete a oito meses criados em regime semi-intensivo. O experimento foi realizado no mês de novembro de 2018. Os animais foram submetidos a um período de adaptação e condicionamento ao experimento, após esse período foram determinados os valores eletrocardiográficos, utilizando o sistema de aquisição de dados de monitoração multimodal de biosinais Powerlab PL3508 (AD Instrument). Para determinação da variabilidade da frequência cardíaca, os resultados foram obtidos a partir da análise de cada registro eletrocardiográfico nos turnos da manhã (oito horas), e a tarde (quinze horas), comparando-se os resultados. Foram estimados parâmetros de frequência respiratória, frequência cardíaca e temperatura retal nos turnos matutino e vespertino. A determinação das variáveis climáticas: temperatura do ar e umidade relativa foram obtidas através de um datalogger instalado no local de abrigo dos animais. Os valores obtidos para FR foram 45 mpm/ 50 mpm para os machos e 44 mpm/ 52 mpm para as fêmeas pela manhã e a tarde respectivamente. A TR obtiveram médias de 38.5°C e 39.2°C e 38.4°C e 39.5°C para os machos e fêmeas, nos turnos matutino e vespertino, respectivamente. As médias da T°Ar foram de 25°C e 34°C nos turnos manhã e tarde. A Variabilidade da Frequência Cardíaca mostrou uma boa adaptação dos animais e adequada modulação do sistema nervoso autônomo sobre o nodo sinusal, apresentando redução na média dos batimentos consecutivos e aumento na média dos intervalos RR consecutivos pela manhã, comparando-se com os resultados da tarde. Na análise do domínio da frequência todos apresentaram aumento na razão BF/AF pelo turno da tarde, sugerindo atividade simpática aumentada. O estudo da variabilidade da frequência cardíaca de ovinos no Alto Sertão Paraibano relacionado às variáveis climáticas de temperatura e umidade demonstrou modulação do sistema nervoso parassimpático sobre o nodo sinusal, relacionado com a zona de conforto térmico e melhor adaptabilidade obtida pelo horário da manhã.
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