Estudo da utilização da biomassa do endocarpo do cajá (spondias mombin l.) como adsorvente para remoção de corante têxtil de efluentes aquosos

Abstract

Devido ao grande avanço industrial têxtil, o volume de efluentes contendo pigmentos despejados em corpos hídricos tem aumentado consideravelmente. Considerando que, alguns corantes não conseguem fixar-se completamente nas fibras, a concentração dos efluentes descartados é bastante expressiva. Portanto, o presente trabalho possuiu como desígnio averiguar e examinar a capacidade de adsorção do corante azul de metileno, empregando como adsorvente o resíduo do endocarpo in natura do fruto da cajazeira. Para tanto, realizou-se um planejamento experimental fatorial 23 , em ensaios de banho finito, nos quais, modificava-se em dois níveis os fatores: pH (2,0 – 12,0), massa de adsorvente (1,0 – 5,0 g) e velocidade de agitação (20 – 40 rpm), e mais três ensaios nos pontos centrais, pH 7,0; massa de adsorvente 3,0 g e agitação 30 rpm. Utilizando uma concentração inicial de 25 mg/L, massa de adsorvente de 3,0 g, pH 7,0 e agitação de 30 rpm, obteve-se as melhores condições de adsorção, atingindo 95,95% da remoção de corante. Os resultados experimentais obtidos apresentaram uma boa concordância com as isotermas de Freundlich e Langmuir, atingindo respectivamente valores de coeficiente de determinação de 0,992111 e 0,99765198. O adsorvente proporcionou um Ponto de Carga Zero (pHPCZ) em pH próximo de 5,0, que para tanto, é o pH em que o sólido exibe carga neutra em sua superfície. Assim, de acordo com os resultados obtidos neste estudo, é possível afirmar que a biomassa do endocarpo do cajá é um adsorvente eficiente na remoção do corante catiônico azul de metileno, atingindo valores próximos de 96% na diminuição da concentração.