Propriedades de misturas asfálticas do tipo camada porosa de atrito (CPA) modificadas pelo resíduo do etileno acetato de vinila (EVA) proveniente da indústria calçadista

Abstract

O crescimento urbano nas últimas décadas aumentou as áreas impermeáveis, causando a formação das ilhas de calor, enchentes e até inundações. Para amenizar esses problemas, diversos países têm incorporado em seus planos ambientais a utilização de técnicas compensatórias para redução dos problemas gerados pelo processo de urbanização, como os pavimentos asfálticos drenantes. Entretanto, tendo em vista que esse material costuma apresentar um baixo desempenho mecânico, pesquisadores têm investigado estratégias para aumentar o desempenho das propriedades funcionais desses concretos asfálticos. Nessa perspectiva, o presente estudo teve como objetivo avaliar as propriedades de misturas asfálticas drenantes do tipo Camada Porosa de Atrito modificadas pelo resíduo do Etileno Acetato de Vinila proveniente da indústria calçadista. Para tanto, o esquema metodológico foi dividido em três etapas, as quais compreenderam o mapeamento bibliométrico, a coleta dos materiais e a realização dos ensaios nas amostras. A partir dos resultados obtidos, pôde-se observar um aumento na viscosidade do ligante asfáltico modificado em comparação com o asfalto puro. Para além, as misturas asfálticas produzidas com o ligante asfáltico modificado pelo resíduo do EVA apresentaram a diminuição do volume de vazios de aproximadamente 21% para 18%, sem comprometer as propriedades de permeabilidade. Nos ensaios de resistência à tração por compressão diametral (RT) e desgaste cantabro, as misturas também atenderam aos limites técnicos de revestimentos asfálticos tipo CPA solicitados no Brasil. No ensaio de RT, a mistura CPA03, com ligante asfáltico modificado por 3% do resíduo do EVA, obteve uma RT de 1,28 MPa, com volume de vazios de 18,10%, coeficiente de permeabilidade de 0,18 cm/s e uma diminuição da perda de massa por abrasão de 0,16% em relação a mistura de referência REF, sem modificação do ligante asfáltico, e se mantendo dentro dos valores exigidos pela normativa do departamento de transportes do Brasil. Dessa forma, a reutilização do resíduo de EVA na pavimentação asfáltica drenante não só se mostrou uma alternativa eficaz para a destinação desse material, mas também contribui significativamente para a sustentabilidade, impactando positivamente a economia circular na destinação final do resíduo, e na melhor