Percepção ambiental e consumo de lenha na produção de farinha de mandioca na zona rural de Princesa Isabel - PB

Abstract

Grande parte da energia da biomassa no Brasil provém da madeira, tradicionalmente denominada de lenha, que é provavelmente o produto energético mais antigo utilizado pelo homem e continua tendo grande importância na Matriz Energética Brasileira. A maioria da lenha produzida no Brasil é convertida em carvão vegetal, principalmente para atender a demanda da indústria siderúrgica, sendo este o principal consumidor. Em 2019, as fontes renováveis contribuíram com 46,1% da matriz energética brasileira, mantendo-se entre as mais altas do mundo, diferente de 2018 quando a contribuição foi de 45,4%, o que mostra que 2019 apresentou um acréscimo de 1,3% devido à redução da oferta de carvão mineral que apresentou queda de 9,0% na produção de aço. A presente pesquisa foi do tipo qualitativa descritiva; adotou-se o uso de técnica padronizada de coleta de dados a observação sistemática. O foco da pesquisa científica descritiva foi especificar as propriedades, as características e perfis de pessoas, populações e fenômenos sociais ou físicos. O povoado de Lagoa de São João, localizado no município de Princesa Isabel, na Paraíba, destaca-se na produção de mandioca (Manihot esculenta Crantz) e farinha, requerendo, naturalmente, grandes quantidades de lenha para torrefação deste tradicional pó alimentício. O objetivo desta pesquisa foi analisar o uso de fontes energéticas no processo de fabricação de farinha de mandioca na zona rural de Lagoa do São João. O uso da madeira como fonte energética na comunidade causa degradação ambiental, pois a lenha utilizada pelas casas de farinha não é legalizada, sendo esta, a única fonte de energia para torrefação da farinha de mandioca em Lagoa de São João, devendo ser utilizada com sabedoria e racionalização para evitar desflorestamento na região. Geralmente os proprietários não conhecem os impactos ambientais causados pelo uso da lenha, necessitando de informações e assistência técnica para minimizar estas deficiências.