Orçamento doméstico e o uso consciente do cartão de crédito.

Abstract

A presente pesquisa analisou a relação entre o orçamento doméstico e o uso do cartão de crédito, a partir de dados coletados com 51 participantes de diferentes perfis socioeconômicos. A amostra foi composta majoritariamente por indivíduos economicamente ativos, com idade média de 29 anos, predominância de trabalhadores formais (70,6%) e renda familiar concentrada entre 3 e 5 salários mínimos (27,45%). Observou-se elevado acesso ao crédito, com 96,1% possuindo ao menos um cartão e 62,7% utilizando-o para a maioria das compras. Apesar de 86,3% afirmarem pagar integralmente a fatura, 13,7% recorrem ao pagamento mínimo, prática associada a maior risco de endividamento. A incidência de dívidas relacionadas ao cartão foi de 68,6%, tendo como principais causas o uso do crédito rotativo e o acúmulo de parcelas. Os dados revelaram correlação positiva entre educação financeira e comportamento de consumo: 60,8% dos participantes que realizaram cursos apresentaram maior controle orçamentário e menor nível de endividamento. Ainda assim, apenas 43,1% realizam controle detalhado de gastos, enquanto 19,6% não possuem nenhum acompanhamento estruturado, fator que eleva a vulnerabilidade financeira. O cruzamento das variáveis indicou que participantes com maior escolaridade e renda tendem a utilizar mais ferramentas digitais de controle, manter reservas de emergência e evitar juros. Por outro lado, rendas inferiores a 3 salários mínimos concentram maior proporção de usuários endividados e com ausência de práticas preventivas