ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DO USO E COBERTURA DO SOLO EM ÁREA SEMIÁRIDA DA PARAÍBA

Abstract

As fragilidades da região semiárida, juntamente com a pressão antrópica exercida no ambiente, desencadeiam fenômenos como o da desertificação. Desse modo, a utilização de alternativas rápidas, simples e gratuitas, como o do projeto MapBiomas, para antecipar esse tipo de problema e fornecer diagnósticos que auxiliam a detecção de problemáticas ambientais ainda em seu estágio inicial é de extrema importância. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo validar a ferramenta MapBiomas para análise espaço-temporal do uso e cobertura do solo na microrregião do Cariri Ocidental paraibano, buscando identificar e analisar as mudanças ocorridas nessa área, no período de 1989 a 2019. Foram escolhidos dados de quatro anos distintos (1989, 2005, 2013 e 2019) para serem analisados. Para a escolha desses períodos, levou-se em consideração os anos que apresentaram precipitação mais próxima da média histórica do Cariri Ocidental paraibano. Para o cálculo das áreas das classes determinadas para a região delimitada e para a confecção dos mapas, foi utilizado o software QGIS 3.22.10. Analisando os dados para o período de 1989-2019, observou-se que apenas 58,69% (4.098,5 km2) do Cariri Ocidental é coberto por Formação Savânica. Nesses 30 anos o Cariri Ocidental da Paraíba aumentou em 42,87% a área de Pastagem, acumulando um aumento de 351,7 km2. Outro dado importante é a redução de mais da metade (51,33%) da superfície de cobertura dos corpos hídricos provocada pelas secas prolongadas dos últimos anos. Um dado preocupante é a constatação de que 90,0 km2 é formado por Áreas não Vegetadas, corroborando com os estudos que apontam para o aumento da desertificação no Cariri Ocidental. Diante dos dados, é possível observar o aumento da população nessa região, o que traz uma pressão ainda maior para um ecossistema já fragilizado. Com isso, podemos concluir que o MapBiomas é uma importante ferramenta que pode ser empregada em estudos e acompanhamento das áreas prioritárias, como as APP’s.