AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO AGENTE FÍSICO RUÍDO: UM ESTUDO COM MOTORISTAS DE ÔNIBUS ESCOLARES DE TRÊS CIDADES DO INTERIOR DA PARAÍBA

Abstract

O ruído é o agente nocivo presente na maioria dos ambientes de trabalho e mesmo não sendo constituído em doença letal e grave, diminui a capacidade para as atividades de trabalho cotidianas de milhões de trabalhadores. De um modo particular, os motoristas de ônibus têm 2,7 vezes mais chances de apresentar doenças no aparelho auditivo do que motoristas convencionais. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a exposição do Nível de Pressão Sonora em motoristas de ônibus escolares. Tratou-se de uma pesquisa quali-quantitativa, sendo utilizados três instrumentos, dois questionários, um sociodemográfico e outro referente a queixas de saúde relacionadas ao ruído, bem como um dosímetro modelo DOS-600. Participaram da pesquisa um total de 7 motoristas de ônibus, dos quais 2 eram de Teixeira, 3 de Maturéia e 2 de Desterro. Desse total, 42,85% afirmaram perceber uma forte intensidade de ruído no ambiente laboral, 42,85% afirmaram perceber uma intensidade de ruído considerada mediana e 14,30% consideraram uma intensidade fraca de ruído, sendo citados como as maiores fontes geradoras desse ruído o motor dos veículos e o barulho dos estudantes. Os resultados das dosimetrias mostraram que os valores obtidos para a exposição em tempo real (LAvg) não representaram risco à saúde dos motoristas, tendo em vista que os Limites de Tolerância definidos como seguros pelo anexo 1 da NR 15 não foram ultrapassados, variando de 71.8 dB a 82.1 dB. Deste modo, as doses registradas também se encontraram inferiores àquelas determinadas como danosas ao homem quando comparadas com a Norma, não atingindo 60%. Concluiu-se que os ambientes de trabalho dos motoristas não se mostraram insalubres de acordo com a NR 15, porém, as ações preventivas previstas na NR 09 devem ser atendidas com intuito de evitar futuras exposições acima dos valores tolerados.