ADAPTAÇÃO DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS PARA SURDOS: PENSANDO A DIDÁTICA A PARTIR DA SÉRIE CRISÁLIDA
Ramos, Marcus Vinicius Xavier
Resumo
O objetivo fundamental deste artigo é apresentar um olhar da possibilidade de aplicação pedagógica da série Crisálida. Para tanto, os objetivos específicos são: realizar uma reflexão na perspectiva de uma “Educação para Todos” a partir da adaptação de materiais didáticos, digitalizados (adaptados para alunos com deficiência), no contexto da educação de surdos; elencar possibilidades de atuação para o trabalho em sala de aula com a pessoa surda a partir das contribuições teóricas da avaliação da aprendizagem no ensino de pessoas surdas; e desenvolver uma sequência didática utilizando a série Crisálida como norteadora dos temas a serem debatidos pelos alunos. Esta série está sendo bastante divulgada em nosso país, apresentando que as pessoas surdas não apenas vivenciam processos de discriminação, como também podem viver em sociedade sem deixar de lado a sua identidade surda. Procuramos desenvolver uma sequência didática utilizando a série Crisálida como norteadora dos temas a serem debatidos pelos alunos, visto que as pessoas surdas enfrentam diversas barreiras atitudinais e comunicacionais para ter acesso e permanência em instituições de ensino e na sociedade. Com base nos referenciais teóricos que levantamos para o desenvolvimento deste artigo (BASTOS, 2016; MIRANDA, 2016; CASTRO; MARCOS, 2017; RIBEIRO E FRANCO, 2018; MENDES, 2018), podemos dizer que trabalhos que visam refletir sobre propostas do ensino de Libras com pessoas surdas e ouvintes precisam ganhar mais espaço no contexto da produção de trabalhos acadêmicos. Metodologicamente, realizamos uma pesquisa bibliográfica de base qualitativa e com seus resultados lastramos nossas reflexões para a construção de nossa sequência didática. O trabalho pedagógico proposto tem como referência uma série televisiva apresenta que um dos principais desafios no contexto da escolarização hoje é quando, na sala de aula, há apenas um surdo, pois ele não tem nenhuma criança ou adulto surdo de referência para se inspirar e desenvolver sua identidade enquanto surdo. Desta forma, cabe ao professor em sala de aula criar estratégias de trabalho com a valorização da comunicação surda como forma de inserir esse aluno surdo não apenas na sala de aula e na escola, mas também nas relações sociais que são dinamizadas fora da instituição de ensino escolar. Nossas considerações seguem na direção de que muito ainda há que ser pesquisado sobre a presença dos surdos na sociedade fora do modelo cristalizado de deficiência para que sua educação seja efetiva em ambiente que se propõe inclusivo.
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