ANÁLISE DA PAISAGEM DE UMA ÁREA PROTEGIDA E SEU ENTORNO: IMPLICAÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO

Albuquerque, Anna Carolina Figueiredo de

Resumo

As áreas protegidas tem o papel fundamental de proteger a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, e buscam tentar reduzir interferências antrópicas em seu entorno. As mudanças ao longo do tempo no uso e ocupação da terra no entorno de áreas protegidas são consequência do aumento das demandas humanas por recursos, sendo a produção agrícola e a pecuária as principais causas para essas mudanças. O objetivo do estudo foi realizar a análise e mapeamento multitemporal do uso e cobertura da terra na área e entorno da Reserva Biológica Guaribas (REBIO Guaribas), desde sua criação em 1990 e nos anos posteriores de 2000, 2010 e 2020, para auxiliar na gestão da Unidade de Conservação. Assim, a área de estudo foi a REBIO Guaribas e seu entorno, localizada no estado da Paraíba, Nordeste do Brasil, onde foi realizada uma análise temporal dos dados de uso e cobertura da terra ao longo de três décadas utilizando imagens obtidas através do MapBiomas. Foram identificadas 12 classes de uso e cobertura da terra para a área de estudo. Ao longo dos anos, desde 1990 a 2020, a REBIO Guaribas e seu entorno não apresentaram grandes mudanças no seu uso e cobertura da terra. A classe Formação Florestal aumentou sua área ao longo desses anos, devido a transformação de áreas de Mosaico de Agricultura e Pastagem em florestas. A classe Cana-de-açúcar se manteve estável ao longo dos anos, enquanto que a classe Mosaico de Agriculta e Pastagem é a classe de maior predominância na paisagem ao longo do estudo. Já a classe Área Urbanizada obteve um aumento gradativo no número de manchas ao longo dos anos. O cenário encontrado para a área estampa o que é comum ao longo de todo Nordeste brasileiro, que são de fragmentos florestais rodeados por uma matriz predominantemente agrícola. Os resultados deste estudo fornecem suporte de dados e demostram a tendência dos padrões que revelam mudanças temporais que parecem estar ligados a fatores socioeconômicos locais e regionais. Contudo, ainda é necessário que ocorra estudos específicos como por exemplo, a relação de coexistência humano-fauna; e comunidades do entorno e gestão da UC para que se possa ter um entendimento mais acurado sobre os danos e conflitos que acabam afetando à biodiversidade local, e que assim medidas ambientais específicas sejam agregadas, e auxiliem na gestão da UC e na conservação da área. Dessa forma, recomenda-se ações de educação ambiental que podem ser realizadas junto à comunidade do entorno para que ocorra a sensibilização dos seus residentes.

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