Uma análise da participação feminina no curso de licenciatura em matemática, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus Cajazeiras

Abstract

Durante muitos séculos, as mulheres foram proibidas de estudar e eram educadas apenas para atividades domésticas, vida conjugal e maternidade, o que resultou em uma educação debilitada, influência de uma cultura tradicional com uma visão errônea do papel da mulher na sociedade, desestimulando-as inteiramente a receberem educação formal e investirem em si mesmas, fato que proporcionou mais ainda a sua exclusão na área das Ciências Exatas. Mesmo com os avanços e conquistas desse público ao longo dos anos, ainda existe uma baixa representação feminina nos cursos de licenciatura em Matemática. Assim constatando, a nossa problemática se concentra na seguinte pergunta: Como se caracteriza a experiência da atuação feminina discente e docente no curso de Licenciatura em Matemática no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Cajazeiras? Tem-se como objetivo geral investigar e analisar as trajetórias, experiências, êxitos e dificuldades das discentes e docentes, as quais, juntas, compõem a participação feminina nesse curso. Como objetivos específicos, pretende-se: i) evidenciar os desafios relacionados ao acesso à educação das mulheres no Brasil e no mundo; ii) destacar os obstáculos e êxitos referentes à presença feminina no campo da matemática; iii) tecer reflexões sobre o processo histórico das principais figuras femininas que se dedicaram à construção do conhecimento matemático; e, por fim, iv) identificar as dificuldades e experiências durante o percurso acadêmico das discentes e docentes do Curso de Licenciatura em Matemática do IFPB Campus Cajazeiras. Metodologicamente, a pesquisa baseou-se no estudo de materiais já publicados, do qual foi realizado um apanhado histórico acerca do processo de educação brasileira, das principais características que resultaram no afastamento das mulheres nas Ciências Exatas e na Matemática, investigando-se, ainda, o acesso tardio das mulheres à educação escolar e acadêmica, desde os níveis mais básicos até o ensino superior. Com base nisso, foram entrevistadas discentes e docentes do curso e, a partir da análise dos resultados obtidos, foram destacados diversos fatores, entre eles: i) preconceito e estereótipos de gênero, os quais, juntos, influenciam no ingresso, permanência e conclusão do curso; ii) a necessidade da propagação de referências femininas no campo da Matemática; iii) a promoção de discussões de gênero no Campus Cajazeiras, no maior espectro de alcance possível. Dessa forma, espera-se contribuir para a superação das dificuldades enfrentadas pelas mulheres no curso de Licenciatura em Matemática, promovendo uma educação matemática mais inclusiva e equitativa.