PREDAÇÃO EM NINHOS ARTIFICIAIS DE AVES NA FLORESTA NACIONAL DA RESTINGA DE CABEDELO NA PARAÍBA
Oliveira, Tcharles Rennan da Silva
Resumo
O sucesso reprodutivo das aves pode ser considerado um fator-chave para compreensão de possíveis extinções populacionais locais. Deste modo, os estudos de predação em ninhos permitem avaliar o sucesso reprodutivo das populações locais a partir do recrutamento de novos indivíduos. No presente estudo foram avaliadas as taxas de predação em ninhos artificiais na Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo (FLONA Cabedelo), Paraíba. Foram instalados 24 ninhos artificiais, cada ninho continha dois ovos de codorna-doméstica (Coturnix coturnix) ao longo de um transecto linear situado na borda e outro no interior da floresta, no final da estação seca e início da estação chuvosa. Os ninhos foram distribuídos em três diferentes níveis de altura (0,0 m, 1,5m e 3,0m), sendo 12 para cada transecto. Para auxiliar no registo de possíveis predadores, foram utilizadas câmeras traps, com esforço de 360 horas em cada altura de ninho, em cada estação, totalizando um esforço de 2.160 horas de monitoramento. Foi utilizado o teste Qui-quadrado e modelos de Regressão Logística Binária para avaliar diferenças nas taxas de predação entre estações, local e altura do ninho. Todas as análises foram realizadas em software R. As variáveis estudadas não tiveram efeitos significativos sobre as taxas de predação na área estudada e o modelo nulo apresentou melhor desempenho (AIC) quando comparado ao modelo global. Em geral, a taxa de predação total em ninhos registrada no presente estudo foi de 43,7%, e assemelha-se aos resultados encontrados em estudos com ninhos artificiais em fragmentos de Cerrado (MELO & MARINI, 2014) e em uma área de Mata Atlântica (GALVÃO et al., 2018). Dentre os predadores de ninhos identificados por meio de câmera-trap estão tatu-peba (Euphractus sexcinctus), timbu (Didelphis albiventris), sagui (Callithrix jacchus) e teiú (Salvator merianae). Além destes, foram registrados nas proximidades do ninho, mas sem evidências de predação, a cutia (Dasyprocta iacki) e o marsupial Marmosa murina, sendo este um registo novo para a FLONA Cabedelo. Os resultados aqui apresentados permitiram uma análise preliminar sobre as taxas de predação na unidade de conservação e de seus possíveis impactos. Entretanto, mais amostragens permitirão verificar se estes resultados podem sofrer alterações com o passar do tempo.
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