DESIGN GRÁFICO E MOVIMENTOS SOCIAIS: UMA ANÁLISE DA ESTÉTICA DECOLONIAL EM CARTAZES POLÍTICOS DO LIVRO SEM TERRA EM CARTAZ

Cordeiro Júnior, Jean Carlos Meira

Resumo

Este artigo tem o objetivo de fazer uma análise gráfica de 5 cartazes políticos expostos no livro Sem Terra em Cartaz, de autoria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e publicado pela editora Expressão Popular em 2019. O propósito da análise é traçar um paralelo entre o pensamento decolonial e o design gráfico, a fim de entender quais elementos estéticos presentes nos cartazes podem contribuir na composição de uma identidade gráfica decolonial brasileira. Além disso, foi necessário também entender como funciona a comunicação dentro do MST, que se estabelece através da luta contra-hegemônica no enfrentamento da disputa de narrativas. A metodologia que norteou a análise foi baseada no artigo “Sobre Análise gráfica, ou algumas estratégias didáticas para a difusão de um design crítico” de Villas-Boas (2009). Com base no referencial teórico e na análise produzida, foi possível observar que, devido a uma série de processos históricos que atravessavam o Brasil da época (1985 e 1986), novos padrões estéticos foram propostos a partir de uma ressignificação dos conceitos que moldavam o ensino e o ofício do design até então, resultando no declínio da ideologia de se projetar um design universal. Nesse período, nota-se que designers passaram desenvolver seus projetos gráficos levando em conta aspectos como o multiculturalismo, miscigenação, sincretismo religioso, culturas populares e as particularidades do contexto local. Falar sobre design gráfico decolonial é algo que ainda foi pouco abordado, portanto, a análise que foi produzida poderá servir como base de material didático e pesquisa para outras pessoas, movimentos e organizações que venham a se interessar pelo tema.

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