Jiu-Jitsu na Educação Física Escolar: promovendo a cultura de paz

Abstract

Este trabalho investigou de que maneira a prática do Jiu-Jitsu, fundamentada nos princípios da Cultura de Paz, pode influenciar o comportamento e as relações interpessoais de estudantes de 11 a 13 anos do 6º ano do Ensino Fundamental em uma escola pública de Marizópolis/PB. Frente ao cenário de violência escolar, buscouse compreender o potencial pedagógico dessa arte marcial para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais como empatia, autocontrole e resolução pacífica de conflitos. A pesquisa, de natureza qualitativa, descritiva e do tipo pesquisa-ação, envolveu 11 alunos, dos quais 6 participaram efetivamente de 10 sessões realizadas aos sábados, combinando o aprendizado da técnica, rodas de conversa e reflexões sobre valores sociais. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com os alunos/as participantes, antes e após as aulas, além de observação participante. Os resultados apontaram avanços no equilíbrio emocional, respeito mútuo, redução da agressividade e mudança da percepção do Jiu-Jitsu como prática violenta. Os estudantes passaram a adotar estratégias de diálogo e autocontrole, estendendo essas atitudes para além da escola. Apesar da baixa adesão, verificou-se que o Jiu-Jitsu, com intencionalidade pedagógica, favorece a formação integral, fortalecendo valores da Cultura de Paz. Conclui-se que sua inclusão na Educação Física, em consonância com a BNCC, pode melhorar o ambiente escolar e desenvolver competências socioemocionais, sendo recomendada a expansão para outros contextos e modalidades.