Vigilância, prevenção e controle de zoonoses em cães e gatos no município de Quixaba – PE

Abstract

As zoonoses representam um desafio global para a saúde pública devido à sua ampla distribuição e impacto significativo na interação entre humanos, animais e o ambiente, sendo responsáveis por 60% das doenças infecciosas humanas, exigindo ações integradas de vigilância, prevenção e controle. No município de Quixaba, Pernambuco, foi realizada uma análise das iniciativas locais para controle e prevenção de doenças zoonóticas. Destarte, a presente pesquisa propõe-se a analisar as medidas adotadas pelo poder público de Quixaba no enfrentamento às zoonoses transmitidas por cães e gatos, propondo ações estratégicas que contribuam para a saúde pública e o bem-estar animal. O estudo utilizou pesquisa bibliográfica e análise de campo, coletando dados de fontes oficiais como a X Gerência Regional de Saúde (GERES) e registros locais. Os dados foram analisados qualitativamente, com foco em campanhas vacinais, castração e conscientização populacional. Dentre os principais resultados, evidenciou-se a existência de um Centro de Vigilância em Saúde responsável pelas ações de controle de zoonoses, mas sem um centro exclusivo para esse fim. Além disso, há registros de cães e gatos abandonados em vias públicas, indicando a vulnerabilidade desses animais. O município não possui legislação específica para a proteção animal, o que restringe as ações a medidas preventivas. Foi identificado que, apesar de haver uma equipe de saúde pública e veterinária atuante, não há capacitação contínua sobre zoonoses. Campanhas de castração são realizadas, mas de maneira limitada, priorizando áreas de risco sanitário e social. Já a vacinação antirrábica ocorre periodicamente, sendo uma das principais ações preventivas. Ações educativas são promovidas, porém, não há campanhas formais de incentivo à adoção responsável, o que poderia auxiliar na redução do abandono e controle populacional. Denotando, na área de estudo, a falta de políticas públicas abrangentes, urgindo a necessidade de estratégias mais eficazes. Os resultados demonstraram avanços significativos nas campanhas de vacinação realizadas no município. Em 2022, foram vacinados 98,1 % dos cães e 98,2 % dos gatos, totalizando 1653 animais vacinados. No ano de 2023, os números aumentaram, com 104% para cães e 99% para gatos, alcançando 1733 animais imunizados, evidenciando uma ampliação significativa do alcance das campanhas. Além disso, foram observados avanços em programas de castração e na conscientização da população sobre posse responsável e controle populacional de cães e gatos. Contudo, a ausência de centros de acolhimento para animais de rua e a falta de políticas públicas abrangentes limitam a eficácia das ações.