Atravessamentos entre gestação e estágio docência: uma pesquisa autobiografica no curso de licenciatura em ciências biológicas
Silva, Josefa Rutylânia Gomes de Medeiros.
Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar como a experiência de ensinar embriologia no ensino médio durante a gravidez pode humanizar o processo de ensino e promover uma aprendizagem mais significativa. A partir de um relato de experiência vivenciado durante o estágio de regência na Escola Integral e Técnica, no município de Juru, Paraíba, discute-se o papel da subjetividade docente como recurso pedagógico no ensino de ciências. A condição de estagiária grávida trouxe um contexto real e afetivo para o conteúdo de embriologia — área marcada por conceitos abstratos e pouco conectados à realidade dos alunos, como fecundação, segmentação, gastrulação e organogênese. Nesse contexto, estratégias metodológicas, como o uso de slides, vídeos com animações e modelos anatômicos, foram combinadas com a vivência pessoal da docente para tornar o ensino mais concreto, envolvente e emocionalmente significativo. A interseção entre ciência e vivência corporal intensificou o engajamento dos estudantes, promovendo uma aprendizagem mais contextualizada e humanizada. O estudo destaca a importância do acolhimento, da afetividade e da relação interpessoal no ambiente escolar, não apenas para o bem-estar da professora, mas também para a construção de um espaço educativo mais empático e transformador. Conclui-se que a subjetividade docente, quando integrada de forma ética e intencional às metodologias ativas, pode potencializar o ensino de ciências, inspirando futuras práticas pedagógicas que valorizem tanto os recursos tecnológicos quanto as experiências pessoais no processo de ensino-aprendizagem.
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