Desempenho de ações brasileiras em função de choques macroeconômicos e impulso de investidores
Silva, Maria da Penha Marques da
Resumo
O mercado de ações é impactado por fatores multidimensionais, tornando o investimento neste ativo passível de frequentes variações de retorno. Diante disso, este trabalho objetivou descrever as oscilações dos retornos das ações no mercado de capitais Brasileiro. Foi estabelecido o ano de 2016 para a formação das carteiras classificadas por ordem decrescente de retorno em vencedoras e perdedoras, por alto e baixo Book-to-market e por volume alto e baixo, e de 2017 a 2020 verificou-se o comportamento das carteiras correlacionando as variáveis, através do método dedutivo e da abordagem metodológica de Análise documental quantitativa, com dados secundários de empresas de capital aberto extraídos do Economática. Os resultados gerais indicaram que, as médias dos retornos das ações vencedoras foram melhor que as perdedoras, as variações de rendimentos das ações não apresentaram tendências de mercado, contudo ratificou a inconstância desse. O ROE apontou que as carteiras vencedoras e perdedoras têm baixa ou nenhuma capacidade de gerar lucros sobre as aplicações. A correlação entre os retornos diferenciais das variáveis indicou que, as Carteiras de melhor rendimento foram as com maior Book-to-market, porém foram as que tiveram menor negociação. E as carteiras Vencedoras apresentaram uma queda no seu desempenho passando à posição de Perdedoras, também com baixa procura de negociação, o que caracteriza o efeito overreaction, que pode ser justificada pela reação exagerada dos investidores à especulação do mercado, que reduziram significativamente a compra de ações com alto Book-to-market, que lhes trariam maiores rendimentos; e o efeito impulso, dado que na formação as carteiras Vencedoras tinham maior demanda (volume alto), e os investidores compraram estas ações acreditando que continuariam a apresentar bons rendimentos, entretanto os dados deduzem que os retornos regrediram. Já os resultados inferenciais mostraram que, das hipóteses testadas nas categorias de formação só as variáveis Book-to-Market e o Payout apontaram significância, o que indicou um resultado mais fundamentalista e não baseada apenas em mercado. E ainda, das hipóteses testadas nas categorias de choques apenas a variável Book-to-Market apresentou significância, isto é, diminuiu durante a pandemia.
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