Práticas agroecológicas como instrumento de terapia na associação de resgate e assistência de dependentes químicos “ARADEQ”

Santos, Pedro Alves dos

Resumo

O aumento significativo das doenças mentais, como depressão, e do abuso de drogas e álcool apresenta um desafio complexo na esfera da saúde pública. No Brasil, em 2022, a depressão atingiu 13% da população, enquanto cerca de 5,7% consumiram substâncias entorpecentes, contribuindo para o aumento das admissões em centros de reabilitação. Essa realidade ressalta a necessidade de desenvolver abordagens terapêuticas de reabilitação que respeitem a cidadania, direitos individuais e singularidades, visando à reintegração social. Este relato de experiência detalha o projeto de extensão "Horticultura como Instrumento de Terapia Ocupacional e Segurança Alimentar na Associação de Resgate e Assistência a Dependentes Químicos - ARADEQ". Realizado entre setembro de 2020 e janeiro de 2021, o projeto foi supervisionado pelo Dr. Francisco Sales de Oliveira Filho e subsidiado pelo Edital nº 13/2020 do Instituto Federal da Paraíba. Focando na reabilitação de dependentes químicos na ARADEQ, em Sousa-PB, o projeto adotou uma abordagem por fases bem estruturadas. A primeira etapa consistiu em visitar a casa de recuperação, proporcionando um ambiente para discutir as atividades planejadas com colaboradores, residentes e a equipe do projeto. A segunda fase incorporou seminários explorando "Agricultura Urbana" e "Benefícios Físicos e Mentais do Cultivo de Plantas", enfatizando a importância da produção de alimentos e da interação com a natureza. O projeto englobou a criação de um jardim produtivo, onde diversas variedades de hortaliças foram cultivadas. Oficinas práticas abordaram tópicos como controle de pragas, compostagem vertical e técnicas de produção de mudas. Adicionalmente, cinco sessões de reflexão em grupo foram conduzidas para examinar motivações e valores dos residentes, com o intuito de prevenir recaídas e desenvolver estratégias saudáveis. Os resultados destacaram que valorizar cada indivíduo, independentemente da idade, é vital para construir relações sociais harmônicas e equitativas, restaurando autoestima e facilitando a reintegração. Além disso, o projeto resgatou as raízes agrícolas dos residentes, revitalizando conhecimentos e promovendo equilíbrio físico e mental. Para a instituição, os benefícios incluíram redução de resíduos orgânicos, diminuição de custos alimentares pela produção interna, geração de renda por meio da comercialização de excedentes e uma contribuição significativa para questões ambientais.

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