CENSO VISUAL DA ICTIOFAUNA ASSOCIADA À ÁREA DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DO RECIFE DA PRAIA DO SEIXAS EM JOÃO PESSOA, PARAÍBA
Mendonça, Wendy Jennifer Parker
Resumo
Os recifes de corais fornecem inúmeros bens e serviços às comunidades litorâneas, como a redução da força das ondas sob a linha da costa, fonte de alimentação, de compostos químicos, lazer e recreio, além de que, pela sua tridimensionalidade, representa um verdadeiro berçário, refúgio e habitat para uma grande diversidade de organismos marinhos, considerando que de cada quatro espécies de peixes, uma vive no ecossistema recifal. O recife de corais do Seixas, objeto deste estudo, encontra-se localizado na cidade de João Pessoa (Paraíba) e ao longo dos anos, transformou-se em um dos recifes mais visitados do Estado, porém, com esse aumento na visitação, houve também um aumento considerável de efeitos antrópicos relacionados. Em fevereiro de 2020, devido ao processo global de mudanças climáticas, uma anomalia térmica detectada pela NOAA, resultou no maior evento de branqueamento em massa de corais no nordeste do Brasil, incluindo o recife no Seixas. Em 2022, iniciou-se uma pesquisa de restauração de corais no próprio recife, onde foram instaladas as árvores de restauração ecológica em uma área do Seixas. Neste sentido, essa pesquisa buscou analisar a composição da ictiofauna associada a esta área para compreender as funções ecológicas e impactos antrópicos existentes para proposição de futuros cenários para a proteção do recife do Seixas. A partir de um exame bibliográfico e documental, de mídias sociais, da pesquisa-ação, do método censo visual subaquáticos estacionários, vídeos e imagens fotográficas foi possível dimensionar resultados de natureza quantitativa e qualitativa. Portanto, foram observados 158 indivíduos, pertencentes a 13 espécies de peixes recifais, na qual as categorias tróficas que apresentaram maior abundância foram as de peixes herbívoros territorialistas, comedores de invertebrados móveis, planctívoros e herbívoros errantes, pertencentes as espécies Stegastes fuscus, Haemulon aurolineatum, Abudefduf saxatilis, e Sparisoma axillare, respectivamente. Foi realizada uma análise sobre o atual formato de uso do recife que necessitam ser adotadas através do plano de manejo para a Unidade de Conservação em que o recife do Seixas pertence. Com isso, conclui-se que a tipologia de árvore de restauração ecológica de corais tem sido funcional, e que embora existam algumas iniciativas, são necessárias medidas drásticas de conservação pelo órgão gestor, considerando efetivamente a formação para os usuários do Recife, o ordenamento do turismo, programas de educação ambiental considerando a participação da comunidade local, assim como fiscalização intensa, para garantir a tão almejada sustentabilidade e responsabilidade para o oceano que queremos.
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