Adoecimento mental e afastamento laboral: desafios para os trabalhadores da saúde mental

Abstract

O conceito de carga de trabalho mental, vem do conceito geral de carga de trabalho, entendida genericamente como a exigência de uma tarefa e a capacidade do ser humano de realizá-la. Porém, essa carga é definida como a interação entre a demanda cognitiva, as características da pessoa e as características da situação. De forma geral, esse fatores podem contribuir ou até provocar estresse e adoecimento não só físico, mas também mental. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) é público e gratuito, garantido à toda a população de seu território pela Constituição Federal. Dentro deste complexo sistema, existe a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que é um conjunto de serviços formando uma rede articulada que visa cuidar de pessoas com transtornos mentais e com problemas devido ao uso de drogas, assim como de seus familiares. O trabalho em saúde mental gera tensão e possui alto grau de complexidade, pois os profissionais lidam com o sofrimento psíquico dos pacientes, podendo desenrolar em adoecimento físico e psíquico do profissional que atua nesta área. Na Iniciativa Smartlab - Promoção do Trabalho Decente Guiada por Dados, no Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, instrumento deste estudo, na aba de Saúde Mental no Trabalho - Afastamentos, podem ser filtrados os afastamentos por desordem mental e também o setor econômico de Atividades de assistência psicossocial e à saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química. Este trabalho se propõe a responder às seguintes perguntas: qual a quantidade de afastamentos, as ocupações que mais se afastam e as principais causas de afastamento ao longo dos anos associadas à saúde mental no setor de Atividades de assistência psicossocial e à saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química?