A língua como Herança colonial: das políticas linguísticas do imperialismo britânico no século xix à ascensão do inglês como língua majoritária na formulação dos currículos de ensino de língua estrangeira no contexto brasileiro e paraibano.

Abstract

A posição do inglês no ensino de língua estrangeira hoje como uma língua de prestigio é resultado do processo histórico de criação de políticas linguísticas de expansão, postas em voga por países como EUA e Reino Unido. Elas estavam focadas nos interesses políticos e econômicos destas nações. Tais políticas foram cruciais para a criação de planejamento linguístico voltado ao ensino de língua estrangeira em países como o Brasil. Na história do país, estas ações de planejamento foram responsáveis pela criação de documentos que traziam as ideologias linguísticas de cada governo e orientavam as ações curriculares a serem reproduzidas no espaço escolar. Buscando refletir sobre tais ponderações, este estudo cientifico propõe refletir sobre o percurso histórico de reformulação de políticas para o ensino de língua inglesa no Brasil. Com intuito de compreender o tema, o estudo faz uso do método bibliográfico através da revisão de textos já publicados. Para tal, apoia-se em autores como: Souza e Soares (2014), Fortes (2019), Spolsky (2004), Andrade e Dantas (2019) entre outros. Ao final este estudo, após a análise das propostas curriculares da Paraíba para o ensino fundamental e médio pôde-se perceber que muitas vezes os normativos criados pela mesma política linguística de Estado, como a proposta curricular da Paraíba, reproduzem olhares diferentes quando se dirigem a conceitos que especificam uma mesma visão de língua, a de língua franca, por exemplo. Isso ocorre porque tais normativos trazem as ideologias dos sujeitos linguísticos que os criaram, bem como os interesses políticos do Estado sobre que visão, ideologia e de que forma a língua estrangeira deve ser ensinada na escola.