DA SUJEIÇÃO FEMININA AO RACISMO: UMA ANÁLISE DO CONTO “O BEBÊ DE DESIREÉ”, DE KATE CHOPIN

Abstract

A presente pesquisa consiste em um estudo bibliográfico do conto “O bebê de Desireé”, de autoria de Kate Chopin, por meio do qual almeja-se analisar, pelo viés da semiótica de Charles Sander Peirce, como o conto “O bebê de Desireé”, de autoria de Kate Chopin expõe críticas à sujeição feminina e ao racismo no século XIX. Para tanto, utilizamos como aporte teórico as considerações de Santaella (2000; 2007), Nöth (1995) e Melo (2015), concernente à semiótica Peirceana. No tocante à compreensão e aplicação da semiótica na literatura, nos apoiaremos em Júnior (2004; 2012), e para discutirmos como as diferenças sociais, sobretudo o racismo é fincado culturalmente e historicamente no meio social, utilizamos as considerações de Hall (2016), Bueno (2020) e Collins (2009). Ao final das análises, constatamos que o enredo de Kate Chopin expõe uma iconicidade, por meio das oposições entre as cores branca versus negro e encantamento versus abandono, que ao mesmo tempo em que serve para a construção de uma narrativa meticulosamente bem escrita, também reflete como a sociedade controla as percepções dos sujeitos e naturalizam opressões, especificamente as opressões que recaem incisivamente sobre a raça.