Análise comparativa de custos entre elementos estruturais de concreto armado e bambu

Abstract

A indústria da construção civil vem sofrendo alterações e evoluções frequentes de seus materiais e métodos. No Brasil, o sistema construtivo mais utilizado são as estruturas de concreto, no entanto a maioria dos insumos necessários para sua fabricação são recursos não renováveis da natureza, ou seja, recursos finitos. Com isso, surge uma grande necessidade de se estudar e aprimorar os métodos construtivos buscando alternativas que compilem praticidade, eficiência, sustentabilidade e economia. Pesquisadores têm estudado uma alternativa com a utilização do bambu, uma planta de rápido crescimento e de grandes propriedades físicas e mecânicas, capazes de o classificar como “aço vegetal” pelo seu comportamento similar nos quesitos de resistência. Muito se fala a respeito do bambu como uma nova técnica construtiva capaz de substituir o concreto armado, porém, pouco se sabe acerca de sua viabilidade econômica de inserção em uma possível obra. Deste modo, o presente trabalho se propõe a realizar o orçamento analítico para os elementos estruturais de uma edificação residencial unifamiliar, localizada na cidade de Fortaleza – CE, em concreto convencional e bambu, como alternativa sustentável, a fim de analisar o impacto econômico e contribuir para a adesão e inserção desse material na engenharia civil no Brasil. Para isso, adotou-se uma seção de 2x3 colmos de bambu para substituição das vigas e pilares da edificação, projetada em concreto armado, e para execução do orçamento dos dois sistemas, utilizou-se a tabela mais atualizada de banco de dados do SEINFRA. Porém, como esta não possuía uma composição para o material do bambu, foi necessária a criação de composições próprias para a estrutura 2x3 colmos e para a união dos pilares 2x3 e fundação. A partir disso foram realizados os quantitativos necessários e o orçamento para os sistemas. Como resultado, obteve-se que o custo do material sustentável ainda é extremamente elevado, para a região estudada, que pode ter relação com o fato de o bambu ainda não ser utilizado e produzido em grande escala no estado.