Mercado de trabalho e interseccionalidade: a trajetória profissional da mulher negra em relação à raça, classe e gênero
Xavier, Paula Ribeiro
Resumo
Historicamente, a trajetória profissional da mulher negra é marcada por múltiplas desigualdades/injustiças, que se manifestam de diversas formas, como a falta de oportunidades, exploração da mão de obra, subemprego, baixos salários, segregação sócio- ocupacional, estereótipos de gênero, preconceito racial, assédio moral/sexual etc. Tais obstáculos dificultam o acesso, a permanência, o desenvolvimento de carreiras e a obtenção de sucesso profissional no percurso profissional de mulheres negras, relacionados ao gênero, à raça e à classe social. Diante disso, esta pesquisa objetivou averiguar a trajetória profissional da mulher negra, em relação à raça, classe e gênero (interseccionalidade), em João Pessoa – PB. Em termos metodológicos, a pesquisa classificou-se como empírica/de campo, de abordagem qualitativa e quantitativa (combinada), do tipo descritiva e exploratória. Para a coleta de dados, utilizou-se de um questionário misto, formatado na plataforma Google Forms, aplicado a uma amostra de 44 mulheres autodeclaradas negras/pardas, colaboradoras dos três maiores Shoppings Centers de João Pessoa – PB: Manaíra Shopping (Zona Norte), Tambiá Shopping (Zona Central) e Mangabeira Shopping (Zona Sul). A amostra deu-se de maneira aleatória e por adesão, principalmente, no que se refere à autoidentificação étnico- racial das mulheres, isto é, reconhecer-se como “mulher negra”, diante de um universo constituído por 62 trabalhadoras. Os resultados mostraram o quanto as mulheres negras, historicamente, clamam por equidade de gênero, destacam o enfretamento da discriminação, da desigualdade social, racial e gênero etc. comprova-se a forma como a trajetória profissional da mulher negra é influenciada pela interseccionalidade, ou seja, a interação entre raça, classe e gênero. Assim, a discriminação e o preconceito sofridos por mulheres negras no mercado de trabalho são acentuados por sua posição de subalternidade social e econômica. As barreiras estruturais, como a falta de oportunidades de educação e ascensão profissional, além da invisibilidade e estereotipação, dificultam a ascensão da mulher negra a cargos de confiança/liderança. Portanto, como minoria social, as complexidades e desafios históricos enfrentados pela mulher negra no mercado de trabalho deduzem a formulação de medidas que visem a transformação desse cenário no contexto da gestão de pessoas, promovendo a equidade de gênero, a dignidade racial e a justiça social.
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