Percepção de estudantes do ensino fundamental II sobre o uso de plantas medicinais no município de Brejinho, sertão de Pernambucano

Abstract

O objetivo com esse estudo foi analisar a percepção de estudantes do Ensino Fundamental II, residentes em áreas urbanas e rurais do município de Brejinho - PE, acerca do uso de plantas medicinais. A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de um questionário semiestruturado, composto por 13 questões objetivas e discursivas, para estudantes matriculados nos 6º, 7º e 9º anos. A pesquisa foi conduzida com 152 alunos da Escola Municipal São Sebastião, localizada na cidade de Brejinho-PE, com idades entre 11 e 16 anos. Os dados obtidos foram organizados em planilhas eletrônicas e representados em gráficos, tabelas e quadros. Dos participantes, 84 residem na zona rural e 68 na zona urbana. A faixa etária mais frequente foi de 12 anos, com 47 estudantes nessa idade. A maioria dos respondentes, independentemente da localidade, afirmou obter as plantas medicinais por meio do cultivo em seus próprios quintais. Foram citadas 41 espécies de plantas medicinais, pertencentes a 40 gêneros e 26 famílias botânicas. Na zona urbana, destacaram-se espécies como boldo (26 citações), capim-santo (17), camomila (16), mastruz e limão (13 cada). Já na zona rural, o boldo também foi a espécie mais mencionada (38 citações), seguido por erva-cidreira (26), capim-santo (24) e romã (23). Dentre as formas de uso das plantas, o chá ou infusão foi a mais frequentemente citada (133 citações), seguido por xarope (94 citações), suco (57 citações), dentre outras. Conclui-se que, a escola exerce um papel estratégico na valorização e na continuidade do conhecimento sobre o uso terapêutico de plantas medicinais. Sua integração ao ensino de Ciências, de forma contextualizada, contribui para o fortalecimento da identidade cultural, da educação ambiental e da articulação entre os saberes científicos e tradicionais.