Educando para o nunca mais: a educação matemática como ferramenta de resistência e conscientização racial

Abstract

Este trabalho analisa como a Educação Matemática Crítica pode contribuir para a construção de uma identidade antirracista, dialogando com os princípios da Educação em Direitos Humanos e com a perspectiva do “educar para o nunca mais”. A pesquisa, de caráter bibliográfico e abordagem qualitativa, foi desenvolvida por meio de uma revisão integrativa da literatura, com análise de obras clássicas e contemporâneas sobre racismo estrutural, currículo escolar, exclusão educacional e práticas pedagógicas de resistência, além de documentos normativos como a Lei nº 10.639/03. A seleção das fontes seguiu critérios de relevância, atualidade e consistência teórica, incluindo publicações nacionais e internacionais que dialogam com a temática. Os resultados indicam que a visão tradicional da Matemática como ciência neutra contribui para a invisibilização dos sujeitos racializados e para a manutenção de práticas pedagógicas excludentes. Por outro lado, ao integrar epistemologias negras, indígenas e populares ao currículo e trabalhar conteúdos matemáticos relacionados a dados sociais e históricos, favorece-se o desenvolvimento da consciência crítica e o fortalecimento identitário dos estudantes. Assim, a Educação Matemática, ao integrar saberes técnicos e contextos socioculturais, revela-se um importante instrumento de resistência, preservação da memória e transformação social. Recomenda-se, portanto, o investimento em formação docente específica, na revisão curricular e na produção de materiais didáticos contextualizados que consolidam práticas pedagógicas antirracistas no ensino da Matemática.